Alicia Keys

Há uns tempos pude ouvir hip-hop criado por um colega meu, era uma som muito confortável com um beat a condizer e uma voz melosa e com atitude, só deu para ouvir alguns segundos e da fotografia instantânea que tirei julguei encontrar semelhanças com algum do trabalho do Boss AC, que eu gosto by the way. Comentei precisamente essa parecença ao que o autor respondeu prontamente que o Boss AC era mais na onda do comercialóide. A minha intenção não era ofender, mas elogiar.

Bem, eu sei que na cultura hip-hop o objectivo principal não é vender. Sei também que muita música que é feita é com o propósito de vender. Mas tudo isto não quer dizer que só porque um albúm vende muito não tenha qualidade.

A mensagem que quero passar é que a música pode ser comercial e boa ao mesmo tempo. Aliás num mundo perfeito quanto melhor a música fosse mais comercializada seria. Infelizmente sei que essa não é a tendência dominante no mercado e que há muito lixo do qual muitos bons artistas de várias áreas, não só o hip-hop, se tentam demarcar.

Aqui vai um exemplo do que tento explicar:

Alicia Keys

Esta rapariga nasceu a 25 de Janeiro de 1981 em Manhattan, dois meses mais tarde nasço eu em Lisboa. Isto é uma coincidência muito vaga que nos une. Um facto que nos distingue de forma bem concreta é que ela nunca ouviu falar de mim, mas eu já ouvi falar dela. Ela nunca ouviu a minha voz, mas eu oiço a voz dela sempre que me apetece...

É o rythm& blues no seu melhor e no século 21, pessoal!

A história da formação deste género musical é especialmente interessante e está ligada intimamente ao gospel e aos blues.

Alicia Keys é genuína como se consegue perceber pelo seu unplugged MTV, uma fantástica compositora e intérprete e produtora da sua própria música como dá para notar no seu debut "songs in A minor".

Numa época em que a música corre sempre o risco de se tornar medíocre, fast-food de fácil comercialização, é refrescante ver uma rapariga tão talentosa ser aclamada pelo seu trabalho que chega até nós tal como foi desenhado pela sua autora.

Props Alicia, estou fã.

Oiçam temas como "A Woman's Worth", "How Come You Don't Call Me", "Fallin'" ou "If I Ain't Got You" e eu não preciso de explicar mais nada.